Estamos vivendo um cenário de saúde pública mundial inédito no último século.
O impacto da COVID-19 é imenso, e no âmbito da saúde mental não é diferente. Em um recente estudo chinês com 7236 pessoas (Huang Y, 2020), 35% apresentaram diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Generalizada, 20% tinham sintomas depressivos e 18% manifestaram insônia durante a pandemia. Além disso, 44% das pessoas passavam mais de 3 horas por dia focados somente na doença.
Apesar deste grande aumento na demanda de cuidados em saúde mental, faz-se necessário também um rígido isolamento social, aumentando o medo e reduzindo o comparecimento a consultas não urgentes. Embora serviços de saúde sejam sempre considerados essenciais, na prática médica sempre pesamos riscos e benefícios de qualquer ação. Assim, quando o próprio contato humano para uma avaliação médica pode trazer riscos, devemos também evitá-lo em alguns casos.
Considerando este cenário, e observando que boa parte dos cuidados à saúde podem ser providos à distância, o Conselho Federal de Medicina autorizou desde Março de 2020 a prática de consultas, diagnóstico e prescrição por telemedicina. Estas ferramentas tem revolucionado a prática médica, especialmente em especialidades com poucos procedimentos, como a psiquiatria.
O uso das tecnologias disponíveis deve ser estimulado e possibilita o cuidado continuado de doenças crônicas, evitando complicações, além do alívio de sintomas novos trazidos pela pandemia, preservando a saúde física de pacientes, familiares e profissionais.
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